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Benjamin Franklin


Benjamin Franklin (Boston, 17 de Janeiro de 1706 — Filadélfia, 17 de Abril de 1790) foi um jornalista, editor, autor, maçom, filantropo, abolicionista, funcionário público, cientista, diplomata, inventor e enxadrista ianque, que foi também um dos líderes da Revolução Americana, e é muito conhecido pelas suas muitas citações e pelas experiências com a electricidade.

Um homem religioso, calvinista, é ao mesmo tempo uma figura representativa do Iluminismo. Ele trocava correspondência com membros da sociedade lunar e foi eleito membro de Royal Society. Em 1771, Franklin tornou-se o primeiro Postmaster General (ministro dos correios) dos Estados Unidos da América.

Juventude

Ele nasceu em Milk Street, Boston. O seu pai, Josiah Franklin, era comerciante de velas de cera, e casou duas vezes. Benjamin foi o 15º filho de 20 crianças nascidas dos dois casamentos. Deixou os estudos aos dez anos de idade e aos doze começou a trabalhar como aprendiz do seu irmão, James, um impressor que publicava um jornal chamado "New England Courant".

Ele tornou-se um contribuidor desta publicação e foi por algum tempo o seu editor nominal, escrevendo, secretamente, as cartas, disfarçado de uma viúva de meia idade chamada Silêncio Faz Bem[carece de fontes?]. Os irmãos tiveram uma discussão e Benjamin fugiu, indo primeiro a Nova Iorque e depois a Filadélfia, aonde chegou em Outubro de 1723.

Em breve encontrou trabalho como impressor, mas após alguns meses, ele foi convencido pelo governador Keith a ir para Londres, onde, desiludido das promessas de Keith, voltou a trabalhar como compositor tipográfico numa impressora, até que um mercador chamado Thomas Denham o fizesse regressar a Filadélfia, dando-lhe uma posição na sua empresa.

Em 1732 ele começou a publicar o famoso Almanaque do Pobre Ricardo (Poor Richard's Almanac), no qual se baseia uma boa parte da sua reputação popular nos EUA. Provérbios deste almanaque tais como "um tostão poupado é um tostão ganhado", são hoje muito conhecidos, mesmo em todo o mundo.

Franklin e muitos outros maçons juntaram os seus recursos em 1731 e iniciaram a primeira biblioteca pública de Filadélfia. Fundaram para esse fim uma empresa , que encomendou os seus primeiros livros em 1732, na sua maioria livros de teologia e educacionais, mas em 1741 a biblioteca também incluía obras de história, de geografia, de poesia e de ciência. Os sucessos desta empreitada encorajaram a abertura de bibliotecas em outras cidades americanas e Franklin sentiu que este iluminismo fazia parte da luta das colónias na defesa dos seus interesses.
Assuntos públicos e estudos científicos

Em 1758, o ano em que ele deixou de escrever para o almanaque, imprimiu O sermão do pai Abraão, hoje considerado como o texto mais famoso da literatura produzida na América dos tempos coloniais.

Entretanto, Franklin estava preocupado cada vez mais com os assuntos públicos. Ele se importava muito com os assuntos públicos e, mais tarde, fundou a Universidade de Nova York. Fundou a sociedade filosófica americana com o fim de fomentar a comunicação das descobertas entre os homens da ciência. Ele já tinha começado a pesquisa da estática, que o iria ocupar, juntamente com outros temas científicos, até ao fim da sua vida (juntamente com a política e com os negócios).

Em 1748 ele vendeu o seu negócio por forma a poder ter mais tempo livre para os estudos, agora que tinha adquirido uma riqueza notável. Num espaço de poucos anos ele fez descobertas sobre a eletricidade que lhe trouxeram uma reputação internacional. Franklin identificou as cargas positivas e negativas e demonstrou que os raios são um fenómeno de natureza elétrica.

Franklin tornou esta teoria inesquecível através da experiência extremamente perigosa de fazer voar uma pipa durante a trovoada, em 1º de outubro de 1752. Franklin, nos seus escritos, demonstra que estava consciente dos perigos e dos modos alternativos de demonstrar que o trovão era elétrico. Se Franklin fez a experiência, ele não a fez da forma descrita (ela teria sido fatal). As invenções de Franklin incluíram o pára-raios, o aquecedor de Franklin - franklin stove (um aquecedor a lenha que se tornou muito popular, debitando uma corrente de ar directamente na área a aquecer), as lentes bifocais e o corpo de bombeiros norte-americano.

Franklin estabeleceu duas áreas de estudo importantes das ciências naturais: eletricidade e meteorologia. Na sua obra clássica A história das teorias da eletricidade e do Éter, Sir Edmund Whittaker refere-se à inferência de Franklin de que quando se esfrega uma substância não se cria nenhuma carga elétrica, mas esta é apenas transferida, de modo que "a quantidade total em qualquer sistema isolado é invariável". Esta asserção é conhecida como o "princípio da conservação da carga".

Como tipógrafo e editor de jornais, Franklin frequentava os mercados dos agricultores para angariar notícias. Um dia, Franklin notou que a notícia que dava conta de uma tormenta num lugar distante da Pensilvânia deverá ser a mesma tormenta que visitou Filadélfia em dias recentes. Foi o impulso que o levou à noção de que algumas tormentas se deslocam, o que levou aos mapas sinópticos da meteorologia dinâmica, substituindo a dependência única pelos gráficos da climatologia.

Em 1751, Franklin e o Dr. Thomas Bond obtiveram o alvará da legislatura da Pensilvânia para estabelecer um hospital. O hospital da Pensilvânia seria o primeiro hospital a ser criado naquela nação nascente que se chamará Estados Unidos da América. Na política, ele provou ser um hábil administrador e também uma figura controversa. O seu bom registo como administrador é manchado pelo uso pessoal da sua influência no avanço dos seus familiares. O seu mais notável serviço à política doméstica consistiu na reforma do sistema postal. Mas ganhou fama especialmente como estadista, com os seus serviços diplomáticos e na ligação das colónias com a Grã-Bretanha e mais tarde com a Rússia. Também esteve envolvido na criação do primeiro corpo de bombeiros voluntários dos EUA, a primeira biblioteca pública gratuita e muitos outros empreendimentos cívicos.

Em ele liderou a delegação da Pensilvânia ao congresso de Albany. Este encontro de várias colônias tinha sido requerido pela associação comercial (Board of Trade) inglesa para melhorar as relações com os índios na defesa perante os franceses. Franklin propôs um amplo plano de união para as colônias. Apesar do plano não ter sido adotado, elementos dele encontraram posteriormente lugar nos artigos da confederação e da Constituição Americana.

Últimos anos

Após o retorno à América, ele tomou uma parte honorável no caso Paxton, através do qual ele perdeu o seu assento na assembleia, mas em 1764 ele foi novamente enviado para Inglaterra como agente das colônias, desta vez a pedido do Rei, para retirar o governo das mãos dos proprietários. Em Londres, opôs-se ativamente à proposta da Lei do Selo (Stamp Act) mas perdeu a face por isto, e muita da sua popularidade por ter assegurado a um amigo o cargo de agente fiscal nos EUA. Mesmo o seu trabalho eficaz no apoio à revogação da lei não contribuiu para reganhar a popularidade, mas ele continuou os seus esforços na defesa das colónias mesmo quando as disputas avançavam para a crise da revolução.

Isto também lhe causou o conflito irreconciliável com o seu filho, que permaneceu ardentemente leal ao governo britânico. Em 1767 ele atravessou o canal até França, onde foi recebido com honra; mas antes do seu regresso a casa em 1775, ele perdeu a sua posição como ministro dos correios (postmaster) devido ao papel que teve na divulgação a Filadélfia da famosa carta de Hutchinson e Oliver. Na sua chegada a Filadélfia, ele foi eleito com membro do congresso continental e assistiu a redação da Declaração da Independência Americana.

Em Dezembro de 1776 ele foi enviado para França como emissário dos Estados Unidos. Ele residiu numa casa no subúrbio parisience de Passy, doada por Jacques-Donatien Le Ray de Chaumont que se tornaria um amigo e o estrangeiro mais importante na ajuda obtida pelos Estados Unidos na Guerra da Independência Americana.

Franklin era um dos principais dignitários da maçonaria americana. Ao chegar a França, toma parte activa num trabalho de depuração e de unificação da maçonaria, iniciado em 1773 com a criação do Grande Oriente, e que vem a culminar em 1780. Franklin ficou a dirigir, desde a sua casa de Passy,"as Musas" (Loge des Neufs Soeurs), em que reuniram artistas e literatos como Helvétius, Condorcet, Chamfort, Mercier, Houdon, Vernet.

Benjamin Franklin permaneceu na França até 1785, tendo sido muito apreciado na sociedade parisiense. Pediam-lhe conselhos. Um cardeal - Rohan, do célebre Caso do colar de diamantes, organizou festas em sua honra. Um médico - Marat - submeteu-lhe experiências de física. Um advogado - Brissot - interrogou-o sobre o Novo Mundo e a experiência revolucionária. Um outro, dedica-lhe a sua primeira peça - Robespierre.[1] Franklin era tão popular que se tornou chique para famílias ricas francesas decorar os seus salões com um quadro dele.

Ele conduziu os assuntos de estado do seu país com um tal sucesso, incluindo uma aliança militar importante e negociando o tratado de Paris em 1783, que, quando regressou definitivamente aos EUA, recebeu um lugar meritório na independência americana, apenas superado pelo próprio George Washington. Quando Franklin foi chamado a regressar aos EUA em 1785, o rei honrou-o com a encomenda de um retrato pintado por Joseph Siffred Duplessis que hoje está exposto na Galeria do Retrato Nacional, do Instituto Smithsonian em Washington

Adicionalmente, após o seu retorno de França em 1785, ele tornou-se um abolicionista da escravatura, tendo-se tornado presidente da Sociedade promotora da abolição da escravatura e da libertação dos negros ilegalmente retidos em cativeiro.

Fonte : wikipedia.

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